Coleção do Zooplâncton e do Ictioplâncton Marinho da FURG

Curador: Prof. Renato Mitsuo Nagata

 

          Os estudos sobre a biodiversidade do zooplâncton e ictioplâncton marinho realizados pela FURG se iniciaram ao final da década de 1970, com a atuação dos professores Dra. Graciella Weiss, Dr. ChossiSinque, do Laboratório de Ictioplâncton , e da Dra. Mónica Adelina Montú, Dra. Anette Kümell Duarte, Oc. Ivo Milanez Gloeden e do Dr. José Guilherme Bersano Filho, pelo Laboratório de Zooplâncton  do Instituto de Oceanografia (IO-FURG). Atualmente o Laboratório de Ictioplânton está sob responsabilidade do Prof. José  H.Muelbert e o Laboratório de Zooplâncton está sob responsabilidade dos Profs. Erik Muxagata e Renato M. Nagata.

Mais de 10.000 amostras do plâncton já foram coletadas por esses dois grupos de pesquisa, no escopo de vários projetos atuando em regiões tropicais e subtropicais costeiras e oceânicas do Brasil, da costa oeste africana e do continente antártico. A região mais estudada, e com maior representatividade em nosso acervo, é o Estuário da Lagoa dos Patos e região costeira adjacente, que tem sido monitorada no escopo do projeto PELD (Pesquisas Ecológicas de Longa Duração) desde 2009, pelo Laboratório de Zooplâncton, e desde 2000, pelo Laboratório de Ictioplâncton.

 

 Figura 1 – Amostragens de zoo e ictioplâncton. Amostragens realizadas pelo Laboratório de Zooplâncton e pelo Laboratório de Ictioplâncton incluem áreas rasas do Estuário da Lagoa dos Patos (A) e da Praia do Cassino, RS (B) nas quais são empregados vários tipos de redes, como redes cônicas mais simples (A e B) ou sistemas mais complexos como a Multinet (C). Também são realizadas amostragens abordo de embarcações da FURG em áreas da Plataforma Continental do RS (D e E) e operações de amostragens no continente antártico, abordo de Navios da Marinha do Brasil (F).

 

          Como resultado deste trabalho, reuniu-se uma coleção biológica que inclui exemplares de referência para mais de 200 espécies de crustáceos, moluscos, cnidários, larvas de peixes e de outros invertebrados marinhos. Neste acervo, alguns grupos taxonômicos vêm tendo maior foco nos estudos, de forma a possuírem uma melhor representatividade da biodiversidade local, a exemplo dos cnidários planctônicos, com 40 espécies de medusas (Hydrozoa, Cubozoa e Scyphozoa) e sifonóforos (Siphonophorae), dos taliáceos (Chordata, Thaliacea) com 13 espécies, dos moluscos planctônicos (Heteropoda) com 15 espécies, dos copépodes (Copepoda, Crustacea), com 60 espécies,e as larvas de teleósteos, com 113 espécies.

          Exemplares da coleção são também usados em atividades didáticas de disciplinas da graduação em Oceanologia, como  “Ecologia do Zooplâncton Marinho” e  “Biodiversidade de Invertebrados Marinhos”, e  nas disciplinas “Zooplâncton Marinho” e “Ecologia do Ictioplâncton” dos Programas de Pós-Graduação em Oceanografia Biológica (PPGOB-FURG) e em Oceanologia  (PPGO-FURG).  Este acervo está sendo organizado e digitalizado para ser depositado nas instalações do CBS-FURG.

 

 Figura 2 – Espécimes da coleção de zooplâncton e ictioplâncton do CBS. Peprilusparu(A); Micropogoniassp. (B); ovos de peixes (C); Metamisidopsiselongataatlantica(D); Abylopsiseschescholtzii(E); Cubozoa sp. (G); Olindiassambaquiensis(H); Leuchartiaraoctona(J). Fotos A e B José H Muelbert, C Isabelle Gonçalves, D, E, G, H e I, Renato Nagata e J, Guilherme M. vonMontfort.

 

          Dados e informações sobre o ictioplâncton estuarino pode ser obtidos no Global BiodiversityInformationFacility (GBIF ) e sobre o ictioplâncton marinho no PANGEA . Informações sobre o zooplâncton estuarino estão disponíveis no GBIF .

Acesse alguns dos trabalhos publicados sobre a biodiversidade do zoo e do ictioplâncton, produzidos por nossa equipe:

 

1 - Artigos publicados em periódicos:

 

 LEMOS VM, LANARI M, COPERTINO M, SECCHI ER, ABREU PCOV, MUELBERT JH, GARCIA AM, DUMONT FC, MUXAGATA E, VIEIRA JP, COLLING LA, ODEBRECHT C. 2022. Patos Lagoon estuary and adjacent marine coastal biodiversity long-term data. Earth System Science Data 14: 1015-1041

AMARAL PT, LEMOS VR, MUXAGATA E, NAGATA RM. 2021. Temporal dynamics of mesoplanktonic cnidarians in a subtropical estuary: Environmental drivers and possible trophic effects. EstuarineCoastalandShelf Science 107076

 NAGATA RM, TEIXEIRA-AMARAL P, LEMOS VR, JORDANO MA, MUXAGATA E, Morandini AC. 2021. First description of wild-collected ephyrae of Lychnorhizalucerna (Cnidaria, Scyphozoa). Anais da Academia Brasileira de Ciências 93 1-12

 COSTA MDP, MUELBERT JH, MORAES L.E. ; VIEIRA, J.P. ; CASTELLO, J.P. . Estuarine early life stage habitat occupancy patterns of whitemouth croaker Micropogoniasfurnieri (Desmarest, 1830) from the Patos Lagoon, Brazil. Fisheries Research, v. 160, p. 77-84, 2013

MACEDO-SOARES, L. C. P. ; GARCIA, C. A. E. ; FREIRE, A. S. ; MUELBERT, J. H. . Large-Scale Ichthyoplankton and Water Mass Distribution along the South Brazil Shelf. PlosOne, v. 9, p. e91241, 2014

 

2 - Capítulos de livros:

 

MUELBERT, J. H.; MUXAGATA, E. ; KAMINSKI, S. M. . As comunidades zooplanctônicas. In: UlrichSeeliger; Clarisse Odebrecht. (Org.). O estuário da Lagoa dos Patos: um século de transformações. 1ed.Rio Grande: Ecomídia Marinha, 2010, v. , p. 67-75.

 

SINQUE, C. ; MUELBERT, J. H. . 6.12. Ictioplâncton. In: U. SEELIGER, C. ODEBRECHT E J.P. CASTELLO. (Org.). OS ECOSSISTEMAS COSTEIRO E MARINHO DO EXTREMO SUL DO BRASIL. RIO GRANDE: ECOSCIENTIA, 1998, v. , p. 134-137.

 

SINQUE, C. ; MUELBERT, J. H. . 4.12. Ictioplâncton. In: U. SEELIGER, C. ODEBRECHT E J.P. CASTELLO. (Org.). OS ECOSSISTEMAS COSTEIRO E MARINHO DO EXTREMO SUL DO BRASIL. RIO GRANDE: ECOSCIENTIA, 1998, v. , p. 56-60.

 

SINQUE, C. ; MUELBERT, J. H. . ICHTHYOPLANKTON. In: SELLIGER, U., C. ODEBRECHT E J.P. CASTELLO. (Org.). SUBRTOPICAL CONVERGENCE ENVIRONMENTS: THE COAST AND SEA IN THE SOUTHWESTERN ATLANTIC. BERLIN: SPRINGER-VERLAG, 1997, v. , p. 51-56.

 

SINQUE, C. ; MUELBERT, J. H. . Ichthyoplankton. In: SEELIGER, U., C. ODEBRECHT E J. P. CASTELLO. (Org.). SUBTROPICAL CONVERGENCE ENVIRONMENTS: THE COAST AND SEA IN THE SOUTHWESTERN ATLANTIC..BERLIN: SPRINGER-VERLAG, 1997, v. , p. 120-123.